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Tratamentos modernos para espasticidade: avanços e desafios 

A espasticidade é uma complicação que acomete um a cada três pacientes de AVC e se caracteriza pelo enrijecimento dos músculos, prejudicando as atividades cotidianas dos pacientes. Felizmente, os tratamentos disponíveis vêm avançando, contribuindo cada vez mais para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes 1

Devido aos diferentes graus de espasticidade e suas múltiplos formatos, o diagnóstico da espasticidade pode não ser simples. Alguns tipos de exames úteis são os seguintes 2

  • Exames físicos 
  • Testes neurológicos 
  • Ressonância magnética 
  • Escalas qualitativas de avaliação da espasticidade 
  • Testes instrumentais ou quantitativos 
  • Medidas relatadas pelos pacientes 
  • Métodos que avaliam a qualidade de vida 

Vale destacar que um diagnóstico precoce e preciso é fundamental para a obtenção dos melhores resultados em termos de qualidade de vida dos pacientes. Além disso, é o diagnóstico que vai mostrar as reais necessidades do paciente e permitir a escolha dos melhores tratamentos a serem aplicados 2

Dito isso, é importante sabermos que, antes de iniciar o tratamento, é preciso eliminar possíveis fatores agravantes associados, como a dor, assim como delinear objetivos realistas que estão de acordo com a condição do paciente. Também é importante uma abordagem multidisciplinar, tendo as terapias não farmacológicas como base do tratamento e, em caso de necessidade, acrescentar terapias farmacológicas sistémicas ou locais e mesmo fazer uso da terapia cirúrgica 2

Terapias não farmacológicas 2 

Embora haja um grande rol de terapias não farmacológicas, algumas bastante usadas são 2

  • Fisioterapia 
  • Alongamentos 
  • Fortalecimento muscular 
  • Mobilizações articulares 
  • Treino funcional 
  • Terapia ocupacional 
  • Atividades funcionais 
  • Uso de órteses 
  • Terapia de Reeducação Neuromotora 
  • Estimulação Elétrica Funcional 
  • Terapia de Vibração Local 
  • Terapia Aquática 
  • Terapia com Calor e Frio 
  • Biofeedback 
  • Acupuntura 
  • Terapia Cognitivo-Comportamental 

Vale lembrar que essas terapias são adaptadas às necessidades individuais de cada paciente, e muitas vezes são combinadas para maximizar os benefícios e melhorar a qualidade de vida 2

Tratamentos para espasticidade

Agora, falando sobre procedimentos sistêmicos, os mais utilizados são aqueles que empregam medicamentos com a finalidade de relaxamento muscular. Cada medicamento possui diferentes mecanismos de ação, e os mais comuns são os seguintes 2

  • Baclofeno 
  • Benzodiazepínicos 
  • Dantrolene sódico 
  • Gabapentina  

Por fim, os tratamentos locais, são representados pelas neurólises, procedimento onde o medicamento específico é injetado sobre os nervos ou músculos. Os mais comuns são os seguintes 2

  • Álcool 
  • Fenol 
  • Toxina botulínica 

Novidades a caminho 4 

Além das terapias já existentes, há uma série de pesquisas que buscam formas mais eficazes de tratar a espasticidade. Algumas, bastante promissoras, são 4

  • Estimulação Magnética Periférica Repetitiva: Usada para avaliar e tratar pacientes com espasticidade severa que perderam a capacidade de realizar contrações musculares voluntárias. 
  • Modelagem Neuromusculoesquelética: Essa abordagem permite uma avaliação mais profunda das propriedades neurais e não-neurais dos músculos, ajudando a entender melhor a patologia subjacente. 
  • Dispositivos Portáteis de Avaliação da Espasticidade: Equipamentos robóticos e baseados em sensores que utilizam dados de torque, sensores inerciais e EMG (eletromiografia) para quantificar e monitorar a espasticidade. 
  • Tecnologias de Telemedicina: Usadas para avaliações remotas de espasticidade, permitindo acompanhamento contínuo e reabilitação a distância, especialmente útil para pacientes com mobilidade reduzida. 
  • Novos usos de tecnologias de imagem, como Ultrassom, Termografia e Ressonância Magnética: Estas tecnologias estão sendo usadas para medir propriedades dos tecidos musculares, como a hemodinâmica e o metabolismo, fornecendo informações quantitativas valiosas para a avaliação da espasticidade. 

Principais desafios das terapias de tratamento da espasticidade 2, 4 

Mesmo com os avanços atuais, o tratamento para a espasticidade possui ainda inúmeros desafios, que precisam sempre serem considerados na busca por qualidade de vida para os pacientes. Alguns dos principais, são 2

  • Variedade na gravidade e na distribuição da espasticidade 
  • Manutenção dos Resultados Terapêuticos 
  • Necessidade de adesão do paciente 
  • Serem tratamentos de longo prazo 
  • Dor e desconforto 
  • Falta de evidências científicas conclusivas 
  • Muitos aspectos psicológicos e sociais envolvidos 

Muito já foi feito pela medicina na busca de propiciar aos pacientes de AVC uma melhor qualidade de vida. Tudo indica que nos próximos anos veremos avanços ainda maiores, que permitirão um manejo mais eficiente da espasticidade, com menos sofrimento para os pacientes e suas famílias 4

Referências 

1- GUIA de doenças e sintomas: espasticidade no adulto. Disponível em: https://www.einstein.br/doencas-sintomas/espasticidade-no-adulto. Acesso em: 09 set. 2024. 

2- The management of spasticity in adults. BMJ, v. 349, p. g4737, 5 ago. 2014. DOI: 10.1136/bmj.g4737. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25096594. Acesso em: 09 set. 2024. 

3- Preditores de espasticidade pós-AVC: uma revisão de literatura. 2023. 22 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2023. 

4- Quantitative assessment of spasticity: a narrative review of novel approaches and technologies. Frontiers in Neurology, 14, 1121323. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fneur.2023.1121323​. Acesso em: 09 set. 2024. 

Código: Nov/24 | ALLSC-BR-000477

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