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Quais exames ajudam na prevenção do AVC?

A prevenção do AVC começa com exames simples que ajudam a identificar alterações silenciosas no corpo, antes que elas causem um problema grave no cérebro

O Acidente Vascular Cerebral, mais conhecido como AVC, é uma das doenças que mais causam mortes e incapacidades no mundo todo. Segundo dados de um relatório americano, cerca de 600 mil pessoas sofrem um primeiro AVC por ano, e outras 200 mil passam por um novo episódio. Desses casos, quase 160 mil resultam em morte. 1

No paciente, o AVC pode deixar marcas profundas: quase metade precisa de ajuda para realizar tarefas básicas, como se vestir, comer ou tomar banho. Além disso, AVCs repetidos aumentam o risco de perda de memória e de outras funções com o tempo. 1

Mas há uma boa notícia: mais da metade dos AVCs poderiam ser evitados. Com estratégias simples para controlar os fatores de risco e exames regulares para detectar alterações precocemente, é possível reduzir muito os riscos. Isso mostra a importância de uma abordagem proativa, com atenção constante à saúde. 1, 2

Por que prevenir é tão importante? Entenda o que é o AVC e seus principais fatores de risco

O AVC acontece quando o sangue para de circular adequadamente no cérebro. Isso pode acontecer por dois motivos: uma obstrução (AVC isquêmico) ou um rompimento de vaso (AVC hemorrágico). Nos dois casos, a falta de oxigênio provoca a morte de células cerebrais, e quanto mais tempo demora o atendimento, maiores são as chances de sequelas graves. 1

Diversos fatores aumentam o risco de um AVC, e muitos deles são silenciosos, ou seja, não causam sintomas visíveis. Entre os principais estão: pressão alta, diabetes, colesterol elevado, obesidade, tabagismo, sedentarismo e fibrilação atrial (um tipo de arritmia cardíaca). 1

Vale destacar que todos esses fatores podem ser monitorados e controlados com mudanças no estilo de vida, acompanhamento médico e, quando necessário, uso de medicamentos. Por isso, saber como está a saúde do seu corpo por meio de exames regulares é o primeiro passo para se proteger de um AVC. 1

Exames de rotina: o que avaliar para prevenir o AVC?

Você sabia que boa parte dos fatores que aumentam o risco de AVC podem ser detectados em exames simples e acessíveis? Esses exames fazem parte de um conjunto de recomendações da American Heart Association, um guia prático que reúne os principais cuidados para manter a saúde do coração e do cérebro. 1

Exames prevenção AVC

Veja os principais exames e avaliações que ajudam na prevenção do AVC:

  • Pressão arterial: A hipertensão é o fator de risco número um para o AVC. Medir a pressão com frequência ajuda a identificar se ela está fora do ideal, mesmo que você não sinta nada. 1
  • Glicemia e hemoglobina glicada: Esses exames avaliam os níveis de açúcar no sangue e ajudam a diagnosticar ou monitorar o diabetes, que também aumenta o risco de AVC. 1
  • Colesterol e triglicerídeos (perfil lipídico): O acúmulo de gordura nas artérias pode impedir o fluxo de sangue e favorecer a formação de coágulos. Esses exames mostram se o colesterol está equilibrado. 1
  • Peso, IMC e circunferência abdominal: A obesidade está ligada a vários problemas que favorecem o AVC. Medir o peso e a gordura abdominal ajuda a avaliar esse risco. 1
  • Hábitos de vida: Questionários simples sobre sono, atividade física, alimentação e tabagismo ajudam o médico a entender o que pode ser melhorado na rotina. 1

Esses exames formam a base de qualquer check-up preventivo e ajudam a criar um plano personalizado de cuidados com a saúde. 1

Exames de imagem: quando o médico pode pedir e para que servem?

Alguns exames de imagem ajudam a visualizar estruturas do cérebro e das artérias. Eles não são feitos em toda consulta de rotina, mas são indicados em situações específicas, como quando há fatores de risco importantes, histórico familiar de AVC, sopro no pescoço ou outros sinais de alerta. 1, 2

  • Ultrassonografia de carótidas: Examina as principais artérias do pescoço, que levam sangue ao cérebro. Se houver acúmulo de gordura (placas), o exame identifica o problema antes que ele cause um AVC. 2
  • Angiotomografia (CTA): Produz imagens detalhadas das artérias do cérebro e pescoço. É útil para avaliar se há obstruções ou alterações nos vasos. 2
  • Ressonância magnética (MRI): Detecta lesões pequenas e silenciosas no cérebro que indicam risco aumentado de AVC, mesmo sem sintomas. 1, 2
  • Doppler transcraniano (TCD): Avalia o fluxo sanguíneo nas artérias cerebrais. É especialmente importante em crianças com anemia falciforme, que têm risco elevado de AVC. 2

Esses exames ajudam a tomar decisões importantes, como iniciar tratamento, ajustar medicações ou, em alguns casos, indicar uma cirurgia. 1, 2

Coração e cérebro: como o eletrocardiograma e o ecocardiograma ajudam na prevenção

O coração e o cérebro estão mais conectados do que muita gente imagina. Uma das principais causas de AVC é a fibrilação atrial, um tipo de arritmia que pode fazer o sangue circular de forma irregular, aumentando o risco de formar coágulos que podem ir parar no cérebro. 2, 3

Para detectar esse problema, o eletrocardiograma (ECG) é o exame mais utilizado. Ele é rápido, indolor e pode ser feito no consultório. Em pessoas mais velhas ou com fatores de risco, o ECG deve fazer parte dos exames regulares. 2, 3

Já o ecocardiograma é um exame de imagem que mostra como está a estrutura do coração. Ele identifica problemas como trombos (coágulos dentro do coração), alterações nas válvulas, cardiomiopatias e até a presença de um pequeno orifício entre os átrios, conhecido como forame oval patente (PFO), que pode estar ligado a casos de AVC sem causa aparente. 2, 3

Monitoramento do ritmo cardíaco: quando é necessário?

Nem sempre a fibrilação atrial aparece em exames rápidos. Em algumas pessoas, ela ocorre de forma intermitente e silenciosa. Para esses casos, o médico pode indicar monitoramento prolongado do ritmo cardíaco, especialmente se a pessoa já teve um AVC sem causa definida. 2, 3

O Holter de 24 a 72 horas é um exame comum nesse contexto. Ele registra os batimentos cardíacos ao longo de um ou mais dias, ajudando a flagrar arritmias que não aparecem durante a consulta. 2, 3

Para casos mais complexos, principalmente em pessoas jovens com histórico de AVC sem explicação, é possível usar monitores implantáveis, que acompanham o ritmo cardíaco por semanas ou meses. Essa estratégia aumenta bastante as chances de encontrar a origem do problema. 2, 3

Exames genéticos e laboratoriais: quando são indicados?

Na maioria das vezes, os fatores de risco para AVC são bem conhecidos. Mas em pacientes mais jovens, sem hipertensão, diabetes ou colesterol alto, o médico pode suspeitar de causas genéticas ou raras, e pedir exames mais específicos. 2

Alguns testes avaliam distúrbios da coagulação hereditários, como a deficiência de proteína C, proteína S ou antitrombina III. Essas alterações aumentam a chance de formação de coágulos no sangue. 2

Em casos ainda mais raros, pode ser feito um teste genético para doenças como CADASIL, uma condição hereditária que provoca infartos cerebrais ao longo da vida. Esses exames não fazem parte da rotina, mas são fundamentais quando há histórico familiar ou sinais que levantam suspeitas. 2

Exames importantes para grupos de risco específicos

Algumas pessoas têm risco mais alto de AVC por causa de condições específicas da saúde ou do histórico de vida. Nesses casos, o rastreamento deve ser mais cuidadoso. 1

  • Mulheres com histórico de pré-eclâmpsia, endometriose ou menopausa precoce precisam de atenção especial, pois essas condições aumentam o risco cardiovascular. 1
  • Pessoas trans que usam hormônios (especialmente estrogênios) também podem ter risco aumentado e devem fazer acompanhamento regular com exames cardiovasculares. 1
  • Crianças e adolescentes com anemia falciforme devem passar pelo Doppler transcraniano (TCD) para detectar risco de AVC antes que os sintomas apareçam. 1

Esses cuidados individualizados permitem atuar antes que o problema se manifeste. 1

Quando procurar um especialista e quais exames pedir?

Se você tem fatores de risco, histórico familiar de AVC, sintomas como tontura, formigamento ou perda de força, o ideal é procurar um neurologista ou cardiologista. Eles podem fazer uma avaliação mais aprofundada e solicitar exames específicos. 2, 3

A escolha dos exames depende de vários fatores: idade, doenças pré-existentes, hábitos de vida e até a genética. Por isso, o plano de prevenção precisa ser personalizado. 2, 3

Em alguns casos, pode ser necessário fazer exames mais avançados, como ressonância magnética com contraste, ecocardiograma transesofágico ou testes laboratoriais completos. Ter esse acompanhamento de perto faz toda a diferença na prevenção. 2, 3

Conclusão

Evitar um AVC é possível. E tudo começa com a atenção aos sinais do corpo, o controle dos fatores de risco e a realização de exames adequados. 1, 2

Com as estratégias corretas, é possível identificar mudanças silenciosas que, se tratadas a tempo, reduzem muito a chance de um evento cerebral. Mais do que isso: ajudam a preservar a saúde do cérebro e do coração por muitos anos. 1, 2

Consultas regulares com médicos e a construção de uma rotina de cuidado com a saúde são os melhores aliados para viver com mais qualidade, autonomia e bem-estar. 1, 2


Referências

1- American Heart Association / American Stroke Association. Guidelines for the early management of patients with ischemic stroke. 2015. Link: https://www.ahajournals.org/doi/pdf/10.1161/STR.0000000000000475. Acesso em Out. 2025

2- Heart and Stroke Foundation of Canada / Canadian Neurological Sciences Federation. Canadian Stroke Best Practice Recommendations: Secondary Prevention of Stroke Update 2020. 2021. Link: https://www.cambridge.org/core/journals/canadian-journal-of-neurological-sciences/article/canadian-stroke-best-practice-recommendations-secondary-prevention-of-stroke-update-2020/A73EB82EEB054DD001AD5A19627F0D83. Acesso em Out. 2025

3- American Heart Association / American Stroke Association. Guidelines for preventing stroke in patients with previous stroke or transient ischemic attack. 2013. Link: https://www.ahajournals.org/doi/epdf/10.1161/STR.0000000000000375. Acesso em Out. 2025


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