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A espasticidade é um distúrbio que afeta pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC). Caracterizada pela dificuldade de movimentos dos membros, como: braços e pernas, esse quadro é causado pelo aumento involuntário da contração muscular3.
A espasticidade pode acontecer no acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo crânio encefálico, lesão medular e na paralisia cerebral.3
Também pode estar presente em neoplasias do sistema nervoso, em doenças heredo-degenerativas e desmielinizantes 7.
No caso do AVC, ela ocorre aproximadamente em um a cada três pacientes, acometendo milhões de pessoas em todo o mundo, no entanto, não existem dados epidemiológicos oficiais no Brasil 3.
Em geral, a espasticidade se caracteriza por um aumento do tônus muscular e exacerbação dos reflexos, e é acentuada quando há maior velocidade ou resistência no movimento 3.
Esse quadro causa dificuldades no cotidiano do indivíduo, criando interferências em atividades frequentes, entre elas, alimentação, higiene, vestuário e locomoção. E quando não tratada, pode causar contraturas, rigidez, luxações, dor e deformidades 3.
Para sua detecção, o diagnóstico da espasticidade é clínico. Por meio de exame físico, o médico consegue medir o grau do tônus muscular, com níveis que variam do tônus normal à rigidez, de acordo com a resistência muscular à movimentação passiva da região afetada 3.
Também é utilizada a medida do arco de movimento da articulação afetada e são realizados testes de habilidades de membros superiores. Existem ainda, escalas funcionais que avaliam a interferência nas atividades de vida diária, presença de dor e avaliação quantitativa de força muscular 3.
No caso de pacientes deambuladores, uma questão particularmente importante é a análise da interferência da hipertonia no padrão, o que é realizado por meio de observação clínica. Eventualmente, pode ser necessária uma análise tridimensional no Laboratório de Marcha 3.
De acordo com o estudo “Preditores de espasticidade pós-AVC: uma revisão de literatura”, há uma série de condições percebidas logo após um derrame que podem ser indicadores do desenvolvimento de um quadro de espasticidade. Os principais preditores são: paresia, comprometimento motor, aumento de tônus muscular, marcadores de volume, tamanho e localização da lesão 4.
Já considerando o quadro do AVC como um todo, existe uma série de fatores de risco ligados ao desencadeamento do acidente: hipertensão, diabetes, tabagismo e consumo frequente de álcool e drogas são questões se destacam entre as principais, seguidos de estresse, colesterol elevado e doenças cardiovasculares, principalmente as que causam arritmias, sedentarismo e doenças do sangue 5.
É preciso entender que, infelizmente a espasticidade não tem cura. O que se busca, na verdade, é a adequação do tônus muscular às necessidades do paciente, e esse processo precisa fazer parte de um programa de reabilitação, cujo foco deve ser a diminuição da incapacidade do indivíduo e sua evolução funcional 3.
Alguns recursos utilizados no tratamento são 3:
Os medicamentos utilizados para o relaxamento muscular são uma alternativa importante. Para seu uso, é adequado ponderar a relação custo/benefício frente a efeitos colaterais, interações medicamentosas e praticidade no uso 3.
Outra possibilidade são bloqueios químicos com fenol e/ou toxina botulínica, bem como procedimentos cirúrgicos no sistema nervoso ou sistema musculoesquelético. Tais procedimentos são alternativas quando os outros recursos não tiveram efeitos ou, por algum motivo, estejam contraindicados ou não sejam possíveis 3.
Prevenir a espasticidade é fundamental na busca pela qualidade de vida do paciente pós-AVC. Para isso, é fundamental o tratamento de reabilitação, ainda na fase hospitalar, com acompanhamento médico periódico e uso de medicação e órteses prescritas 6.
Mesmo com esses cuidados, a espasticidade pode ser influenciada por fatores externos e, em caso de piora, pode estar relacionada à presença de infecções, dores ou lesões, especialmente no caso de pacientes com alterações sensitivas 6.
1. Diretrizes de Atenção à Reabilitação do Acidente Vascular Cerebral. Ministério da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_vascular_cerebral.pdf . Acessado em outubro de 2021.
2. Spasticity Information Page. National Institute of Neurological Disorders and Stroke (NINDS). https://www.ninds.nih.gov/Disorders/All-Disorders/Spasticity-Information-Page Acessado em setembro de 2024.
3. GUIA de doenças e sintomas: espasticidade no adulto. Disponível em: https://www.einstein.br/doencas-sintomas/espasticidade-no-adulto Acessado em setembro de 2024.
4. Preditores de espasticidade pós-AVC: uma revisão de literatura. 2023. 22 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2023. https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/37487/1/PreditoresEspasticidadeP%c3%b3s-AVC.pdf Acessado em setembro de 2024.
5. Utilização da Toxina Botulínica no Tratamento de Pacientes com Sequelas do Acidente Vascular Cerebral – AVC. Revista Foco, 16(11), e3680. https://doi.org/10.54751/revistafoco.v16n11-161 Acessado em setembro de 2024.
6. Espasticidade: atualização sobre fisiopatologia e tratamento. 2024. Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina) – Faculdade de Ciências da Saúde. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.6/13464 Acessado em setembro de 2024.
Out/24 | ALLSC-BR-000452
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