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Rigidez muscular e espasmos são alguns desafios do derrame cerebral.
Espasticidade é uma complicação que afeta pacientes com AVC, sendo um dos sintomas com mais impacto no dia a dia, implicando diretamente na mobilidade, o que gera incapacidade e diminui a qualidade de vida¹.
O que é
Condição em que alguns músculos ficam continuamente contraídos, resultando em rigidez e contração muscular. Afeta a fala, a postura e os movimentos¹.
Causa em adultos
A Síndrome do Neurônio Motor Superior (SNMS) é a principal responsável pela espasticidade em adultos, e pode ser causada por dano isquêmico ou traumático na medula espinhal ou no cérebro. 2 Ela envolve vias motoras no cérebro ou na medula espinhal, especialmente o córtex cerebral3.
Dessa forma, o dano provoca alterações na comunicação entre músculos e sistema nervoso, promovendo o aumento da atividade muscular. Processo no qual chamamos de espasticidade¹.
A espasticidade é uma consequência comum do AVC, com ocorrência em 1 a cada 3 pacientes. Além disso, nas 6 primeiras semanas após o derrame, 25% dos pacientes com AVC sofrem de espasticidade4-5.
A espasticidade após o AVC geralmente afeta:
Os sintomas da espasticidade variam bastante, dependendo do paciente e do membro afetado. Dessa forma, os sinais mais comuns em adultos costumam ser:
A Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), Deficiência e Saúde da OMS analisou o impacto da espasticidade e concluiu que a doença afeta intensamente vários aspectos da qualidade de vida do paciente4.
O sistema de classificação das incapacidades é uma referência mundial e utiliza três pilares para observar os impactos da espasticidade: o comprometimento do corpo, a capacidade de realizar atividades e a participação em sociedade. Confira a tabela.
Fonte da tabela: Ashford S (ed), Turner-Stokes L (coed). RCP. Spasticity in adults; management using botulinum toxin. National guidelines 2018.
Comprometimento é diretamente relacionado as comorbidades que afetam o físico, como a espasticidade, dor ou postura anormal. Já a atividade apresenta as complicações que essas limitações causam no dia a dia. O quadro de participação, por sua vez, evidencia o impacto nas interações sociais, com família, amigos e no trabalho.
Com a classificação do nível de incapacidade é possível perceber que a espasticidade afeta vários aspectos da vida, desde impactos relacionados a saúde física e mental à impactos sociais e de realização das tarefas do dia a dia.
Outro estudo (Barnes, 2017) analisou 281 adultos com espasticidade e avaliou o impacto na vida diária dos pacientes adultos. Dos analisados, 72% declararam impacto na qualidade de vida global, seguido de perda da independência (44%), depressão e alterações de humor (44%) e incapacidade para trabalhar (38%).
Segundo o estudo Carenity8, que investigou os impactos da espasticidade pelo ponto de vista tanto dos cuidadores quanto dos pacientes, foi constatado que aproximadamente 30% dos cuidadores não trabalham ou trabalham meio período para se dedicar aos cuidados do paciente com espasticidade.
Nesta mesma pesquisa, 88% dos pacientes relataram dificuldade em pelo menos um aspecto da vida diária, sendo os principais:
Já um outro estudo (Barnes, 2017) também levantou dados interessantes sobre a perspectiva do cuidador: 50% dos cuidadores analisados trocaram de emprego para se dedicar ao paciente. Essa mudança de rotina se faz necessária, pois, de acordo com o mesmo estudo, 78% dos pacientes disseram precisar de suporte para realizar as tarefas diárias.
Fonte dos gráficos: Barnes M, et al. Disabil Rehabil 2017;39(14):1428-1434.
A espasticidade é uma complicação que necessita de um acompanhamento multidisciplinar, com métodos de tratamento diferentes dependendo da gravidade e o tipo de espasticidade.4
O acompanhamento geralmente envolve medicamentos orais, fisioterapia, terapia ocupacional, aplicações de toxina botulínica e em alguns casos, também pode existir a necessidade de cirurgia.4
1.American Association of Neurological Surgeons. Neurosurgical Conditions and Treatments, Spasticity. Disponível em: https://www.aans.org/Patients/Neurosurgical-Conditions-and-Treatments/Spasticity. Acessado em: novembro de 2021.
2.Scientia Medica (Porto Alegre) 2013; volume 23, número 2, p. 102-107.
3.Pandyan, A D et al. “Spasticity: clinical perceptions, neurological realities and meaningful measurement.” Disability and rehabilitation vol. 27,1-2 (2005): 2-6.
4.Ashford S (ed), Turner-Stokes L (coed). RCP. Spasticity in adults; management using botulinum toxin. National guidelines 2018.
5.Thibaut A, et al. Brain Inj Early Online:1-13.
6.National Institute of Neurological Disorders and Stroke . Spasticity Information Page. Disponível em: https://www.ninds.nih.gov/Disorders/All-Disorders/Spasticity-Information-Page. Acessado em: novembro de 2021.
7.Satkunam LE. CMAJ 2003;169(11):1173-1179.
8.Jacinto, Jorge et al. “Patient Perspectives on the Therapeutic Profile of Botulinum Neurotoxin Type A in Spasticity.” Frontiers in neurology vol. 11 388. 7 May. 2020.
DYS-BR-001035 – Maio/22
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