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AVC em mulheres: fatores de risco específicos e como se prevenir

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo. Ele ocorre quando há bloqueio do fluxo sanguíneo para o cérebro ou sangramento súbito na região, conforme apontado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) 5.

Embora os homens sejam mais acometidos em idades mais jovens, as mulheres vivem mais e, por isso, têm maior risco ao longo da vida. Fatores únicos como gravidez, uso de contraceptivos hormonais, menopausa e condições emocionais aumentam a vulnerabilidade feminina ao AVC, como mostra estudo publicado na Stroke 2.

Dados do American Heart Association indicam que uma em cada cinco mulheres terá um AVC em algum momento da vida, sendo que mais mulheres morrem por essa causa do que homens 3. Entender essas diferenças é essencial para prevenir o AVC em mulheres 4.

O que é um AVC e por que ele preocupa tanto as mulheres? 1, 2, 3

O AVC isquêmico representa cerca de 87% dos casos e ocorre quando um coágulo ou pedaço de placa bloqueia uma artéria cerebral. Já o AVC hemorrágico acontece quando uma artéria se rompe, provocando sangramento e aumento da pressão dentro do crânio, o que danifica as células cerebrais 1.

O risco aumenta nas mulheres entre 45 e 54 anos, segundo o estudo publicado na Stroke 2. As mulheres também tendem a ter sequelas mais graves após um AVC, incluindo dificuldades para andar, falar e pensar, como destaca a American Heart Association 3. Isso mostra que o impacto do AVC é mais intenso nas mulheres, tanto em frequência quanto em gravidade. 1, 2, 3

Fatores de risco comuns em ambos os gêneros 1, 3

Muitos dos fatores de risco para AVC podem ser prevenidos. Entre os principais, estão:

  • Hipertensão: Pressão alta danifica as artérias e facilita o entupimento ou rompimento de vasos cerebrais 1.
  • Diabetes: Níveis elevados de glicose comprometem os vasos sanguíneos e aumentam o risco de coágulos 1.
  • Colesterol alto: Facilita o acúmulo de placas nas artérias, favorecendo o AVC isquêmico 1.
  • Tabagismo: Fumar dobra o risco de AVC e afeta tanto homens quanto mulheres 3.
  • Sedentarismo e má alimentação: Contribuem para obesidade, hipertensão e outras comorbidades relacionadas ao AVC 1.

Cuidar desses fatores reduz de 82% a 90% das chances de um AVC, conforme destaca o CDC 5.

Fatores de risco específicos das mulheres 1, 3, 4

Certos fatores de risco afetam somente ou de forma mais acentuada as mulheres. Entre eles:

  • Anticoncepcionais hormonais: O uso de pílulas, especialmente combinado com o tabagismo, aumenta o risco de AVC 1.
  • Reposição hormonal: Mulheres que fazem terapia hormonal na menopausa também correm maior risco 3.
  • Gravidez e puerpério: A pressão alta gestacional, como na pré-eclâmpsia, pode desencadear AVC durante ou após a gravidez 1.
  • Enxaqueca com aura: Associada a maior risco de AVC isquêmico, principalmente em mulheres jovens 2.

 

Outros fatores incluem endometriose, falência ovariana precoce e menopausa antecipada, como apontado pelas diretrizes da American Heart Association. Por tudo isso, é essencial que as mulheres façam uma avaliação médica com enfoque nos riscos específicos ao gênero, como destaca o mesmo documento 4.

Sintomas de AVC nas mulheres: diferenças importantes 2,3

Os sintomas clássicos de um AVC incluem:

  • Fraqueza súbita no rosto, braço ou perna, geralmente em um dos lados do corpo 2,3
  • Dificuldade para falar ou entender a fala 2,3
  • Perda súbita da visão ou visão dupla 2,3
  • Tontura ou perda de equilíbrio 2,3
  • Dor de cabeça intensa sem causa aparente 2,3

Mulheres e AVC

No entanto, conforme aponta a Stroke, as mulheres costumam apresentar também sintomas atípicos, como confusão súbita, náuseas, vômitos, dores no peito e palpitações. A American Heart Association reforça que esses sinais devem ser levados a sério, pois o tempo é crucial no atendimento ao AVC 2, 3.

Impactos físicos e sociais após o AVC nas mulheres 2

Mulheres tendem a sofrer mais com as sequelas do AVC. Um estudo citado na Stroke identificou que, em regiões rurais, mulheres negras e de baixa renda apresentam maior dependência nas atividades diárias. A recuperação costuma ser mais lenta e difícil, com impacto direto na mobilidade, na independência e na qualidade de vida 2.

Esses fatores ainda aumentam os índices de ansiedade e depressão entre as mulheres pós-AVC. Também o isolamento social e o menor acesso à reabilitação contribuem para um ciclo de vulnerabilidade que dificulta a retomada da rotina e da autoestima 2.

Como prevenir o AVC em mulheres: orientações práticas 3, 4

Prevenção de AVC em mulheres

A prevenção exige atenção tanto a fatores gerais quanto específicos do gênero feminino. Algumas orientações essenciais são:

  • Controlar a pressão arterial: Medir com frequência e seguir o tratamento indicado pelo médico 3.
  • Fazer exames regulares: Verificar colesterol e glicose para evitar complicações futuras 3.
  • Manter uma alimentação saudável: Priorizar vegetais, frutas e gorduras boas. A dieta mediterrânea reduz o risco de AVC 4.
  • Praticar exercícios físicos: Caminhadas, natação ou outras atividades ajudam a controlar o peso e melhorar a saúde cardiovascular 3.
  • Evitar o tabaco: Parar de fumar é uma das medidas mais eficazes para reduzir o risco 3.
  • Avaliar riscos hormonais: Mulheres que usam anticoncepcionais ou fazem reposição hormonal devem conversar com o médico sobre os riscos envolvidos 3.
  • Personalizar o cuidado: Avaliações com foco em gênero ajudam a prevenir o primeiro AVC e outras doenças vasculares, como a demência. 3, 4

Conclusão 3, 4

O AVC em mulheres exige um olhar atento e específico. Fatores hormonais, riscos sociais e sintomas menos conhecidos tornam essencial a prevenção com base no conhecimento adequado. A adoção de hábitos saudáveis, o acompanhamento médico frequente e o entendimento das vulnerabilidades femininas fazem toda a diferença na redução dos casos de AVC e na melhora da qualidade de vida. 3, 4


Referências

1- National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI). Stroke Causes. https://www.nhlbi.nih.gov/health/stroke/causes. Acesso em Abr. 2025.

2- Universidade de São Paulo. Causas e consequências do acidente vascular cerebral na perspectiva de indivíduos que sofreram o evento. https://www.scielo.br/j/reeusp/a/fgzf9mfSLtpJGmyH53G6gSN/. Acesso em Abr. 2025.

3- National Institute on Aging (NIA). Stroke: Signs, Causes, and Treatment. https://www.nia.nih.gov/health/stroke/stroke-signs-causes-and-treatment?utm_source=chatgpt.com. Acesso em Abr. 2025.

4- American Heart Association. What new guidelines say to do to prevent a stroke. https://www.heart.org/en/news/2024/10/21/what-new-guidelines-say-to-do-to-prevent-a-stroke. Acesso em Abr. 2025.

5- Centers for Disease Control and Prevention (CDC). Stroke Facts and Statistics. https://www.cdc.gov/stroke/data-research/facts-stats/index.html. Acesso em Abr. 2025.


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