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Depois de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), muitas mudanças podem acontecer na vida de uma pessoa. Uma delas, pouco comentada, mas muito importante, é a sexualidade. 1
Muitos pacientes de AVC enfrentam dificuldades para retomar sua vida íntima. Essas dificuldades impactam o bem-estar emocional, a autoestima e os relacionamentos. Ainda assim, o tema raramente é abordado durante a reabilitação. 1
De acordo com orientações da Clínica da Neuropsicologia, a sexualidade faz parte do equilíbrio físico, emocional e psicológico de qualquer pessoa. E após um AVC, ela continua sendo importante. 1
Além disso, um estudo destaca que o sexo faz parte da natureza humana e influencia diretamente na percepção de saúde e na qualidade de vida. Apesar disso, ainda existem poucas informações sobre a vida sexual de quem passou por um AVC. 2
Após um AVC, o corpo e a mente podem reagir de várias formas. Essas reações muitas vezes afetam o desejo, a excitação, o prazer e até a comunicação entre os parceiros.
Essas alterações podem ocorrer mesmo em pessoas que não ficaram com grandes sequelas físicas. A redução do desejo ou da frequência das relações sexuais também é comum. 3
A sexualidade vai além do sexo. Ela envolve carinho, afeto, autoestima e conexão emocional. Pesquisas mostram que pessoas que mantêm uma vida sexual ativa depois do AVC têm melhor qualidade de vida. Isso inclui mais disposição física, melhor funcionamento do corpo e da mente e maior independência nas atividades do dia a dia. 2
Além disso, os estudos também mostram que quem se mantém sexualmente ativo após o AVC tem mais chances de preservar suas funções motoras e cognitivas. Ou seja, retomar a sexualidade pode fazer parte da própria recuperação. 2
Muitos fatores dificultam a retomada da vida sexual após o AVC. Alguns estão ligados ao medo, outros à falta de informação e orientação.
É natural sentir medo ao pensar em retomar a vida sexual depois do AVC. Porém, com orientação, é possível recomeçar com segurança. O ideal é ir devagar, redescobrindo o toque, o carinho e o conforto com o parceiro. O risco de um novo AVC durante o sexo é muito pequeno. 1, 3
Algumas posições podem ser mais confortáveis, por isso é preciso experimentar. Usar lubrificantes pode ajudar a reduzir o desconforto. Também é importante lembrar que prazer vai além da penetração: carícias, massagens, beijos e sexo oral são formas de manter a intimidade. 1
Perdas de urina ou fezes e o uso de sondas podem causar vergonha. Mas é possível manter a vida sexual com algumas adaptações. Conversar abertamente com o parceiro sobre os medos e desconfortos faz toda a diferença.
Se houver perda de sensibilidade, explorar outros sentidos pode ser útil. Aromas, massagens, texturas diferentes e uma iluminação agradável ajudam a criar um ambiente mais estimulante 1
Falar sobre emoções, desejos e limitações ajuda o casal a se reconectar. Mesmo quando a fala está comprometida, o toque e a expressão corporal podem ser formas eficazes de comunicação. 1, 3
A psicoterapia, individual ou em casal, pode ajudar a recuperar a autoestima e enfrentar os desafios emocionais. Profissionais de psicologia e medicina são os mais preparados para abordar essas questões de forma respeitosa e útil. 1, 4
Os profissionais de saúde são fundamentais para garantir uma reabilitação completa. Porém, muitos se sentem despreparados ou inseguros para falar sobre sexualidade. 4
Estudos mostram que o tema costuma ser negligenciado durante o tratamento. Isso acontece mesmo sendo reconhecido como importante por médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais. 4
A falta de formação adequada, o receio de abordar o assunto ou fatores culturais contribuem para esse silêncio. No entanto, falar sobre sexualidade pode melhorar o humor, reduzir a ansiedade e aumentar a qualidade de vida de quem passou por um AVC. 4
Retomar a vida sexual após um AVC pode ser desafiador, mas está longe de ser impossível. Com escuta, apoio profissional e diálogo entre as parcerias, é possível reconstruir a intimidade e encontrar novas formas de prazer e conexão. 1
A sexualidade não desaparece com o AVC. Ela apenas precisa ser reinventada, com acolhimento, respeito e criatividade. 1
1- Clínica da Neuropsicologia. Sexualidade pós AVC. https://clinica-da-neuropsicologia.pt/sexualidade-pos-avc/. Acesso em Jun. 2025.
2- Revista Brasileira de Terapias Cognitivas. Sexualidade e deficiência: uma revisão da literatura. https://www.scielo.br/j/fp/a/NgWTTYY5PM9sWS4ncfrN4nD/. Acesso em Jun. 2025.
3- Portugal AVC. Sexualidade após AVC. https://www.portugalavc.pt/sexualidade-apos-avc. Acesso em Jun. 2025.
4- ScienceDirect. Sexual rehabilitation after stroke: The role of the psychologist in sexual counseling. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1877065721000658. Acesso em Jun. 2025.
Jul/25 | ALLSC-BR-000576
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