Guia prático de reabilitação pós-AVC
Voltado a pacientes e pessoas cuidadoras, o Guia prático de reabilitação pós-AVC traz em linguagem simples cada etapa do processo de recuperação após um AVC. O material apresenta ainda os cuidados necessários para evitar um novo episódio, bem como dicas valiosas de alimentação e cuidado.
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Pós-AVC /
REABILITAÇÂO
Buscando a retomada da independência
Logo após um episódio de AVC, ocorrem os primeiros socorros, a hospitalização, o momento da alta e o próximo passo é a definição da melhor estratégia de reabilitação. Lidar com a reabilitação não é fácil, tanto para quem teve AVC como para familiares e cuidadores, visto que muitas vezes as sequelas podem ser incapacitantes.
As limitações físicas podem atrapalhar a desenvoltura nas tarefas do dia a dia, por isto a ajuda de outras pessoas ou/e adaptações na casa são fundamentais para o incentivo da autonomia do paciente.
Como lidar com a reabilitação pós-AVC
No pós-AVC, a jornada de reabilitação será determinante para minimizar os desafios e complicações, melhorando a qualidade de vida.
Aspectos psicológicos e motores são comprometidos em pacientes que sofreram um episódio de AVC. Sequelas leves ou graves, e que podem ser temporárias ou durar um longo tempo de tratamento, prejudicam um importante período da vida dos pacientes.
Entenda os diferentes desafios durante o tratamento a seguir.
DESAFIOS
Conheça alguns desafios e fique atento na busca por ajuda especializada, contribuindo para uma melhor qualidade de vida, autoestima e adaptação à nova rotina do paciente no pós-AVC.2,3
MOVIMENTOS
DISFADIGA
ASPECTO
DA FACE
FALA
CAMPO VISUAL
INCONTINÊNCIA
MAMÓRIA
DEPRESSÃO
1. Hábitos saudáveis ajudam na prevenção ao AVC, orienta especialista. Hospital Regional do Cariri. SESA. 2020. Disponível em: https://www.saude.ce.gov.br/2020/06/08/habitos-saudaveis-ajudam-na-prevencao-ao-avc-orienta-especialista/ Acessado em outubro de 2021.
2. Como evitar o AVC? Ação AVC. 2021. Disponível em: https://www.acaoavc.org.br/pacientes-e-familiares/o-avc/sintomas-e-fatores-de-risco/como-evitar-o-avc. Acessado em outubro de 2021.
Pós-AVC /
FALANDO DE ESPASTICIDADE
É uma complicação que aparece após o AVC e ocorre em aproximadamente 1 a cada 3 (30%) dos pacientes. A espasticidade surge após 3 semanas ou até 3 meses após a alta hospitalar e nada mais é do que o aumento involuntário da contração muscular. Os músculos ficam mais rígidos, afetando braços e pernas, dificultando os movimentos e a postura do paciente.
Existem vários sinais e sintomas comuns da espasticidade em adultos2-5
- Rigidez muscular, tornando os
movimentos menos precisos e tornando
algumas tarefas um desafio - Aumento do tônus muscular (hipertonia)
- Espasmos musculares, resultando em
contrações musculares incontroláveis
e muitas vezes dolorosas - Clônus (uma série de contrações
musculares rápidas) - Deformidades musculares e articulares
- Cruzamento involuntário das pernas (em posição de tesoura)
- Fadiga muscular
- Dor
- Inibição do crescimento muscular (redução
do crescimento muscular) - Quedas
Membros superiores e inferiores afetados e as consequências para os pacientes:
Cotovelo
Flexão do cotovelo. Dor, dificuldade na reabilitação, na higiene, vestir-se e dormir.
Ombro
Rotação do ombro. Dor, dificuldade reabilitação, vestir-se e dormir.
Punho flexionado
Flexão do punho. Dificuldade nas atividades da vida diária, em usar talas, na higiene, lesão por fricção.
Dedos flexionados
Flexão dos dedos, polegar na palma da mão. Dificuldade nas atividades da vida diária, em usar talas, na higiene, lesão por fricção.
Quadril abduzido
Pernas “em tesoura”.
Dificuldade nos cuidados e higiene, intimidade sexual,
sentar-se, andar, ficar em pé e deslocamentos.
Dedos do pé
flexionados
Dedos do pé permanecem flexionados. Interferência na caminhada e no equilíbrio.
Joelho
estendido
Dificuldade em ficar em pé e subir escadas, e em balançar a perna durante a caminhada.
Pé equino
Dificuldade em ficar de pé, se equilibrar e se adaptar ao calçado. Dor e caminhada na ponta dos pés.
O controle da espasticidade é desafiador devido à diversidade da apresentação dos sintomas nos pacientes, mas há opções de tratamento. 1
Quando devo trabalhar a espasticidade1
É necessário iniciar o tratamento quando há um impacto na qualidade de vida do paciente.
Impactos da espasticidade na qualidade de vida1:
- Dor
- Dificuldade para caminhar ou quedas
- Dificuldade de sentar e postura
- Dificuldade com cuidados e higiene
- Fadiga
- Maior dependência do cuidador
- Deformidade de membros
- Dificuldade em sentar na cadeira de rodas ou deitar na cama
- Úlceras de pressão
- Baixa autoestima/autoimagem
- Angústia e mau humor
- Interação social reduzida
- Dificuldade para dormir
- Impacto nas relações familiares
- Dificuldade na relação sexual
- Impacto no trabalho
Aguarde mais informações sobre as opções de tratamento para a espasticidade.s
Blog /
O Dossiê do AVC
Introdução1,2
O AVC é a segunda causa de morte e a primeira causa de incapacidade no Brasil. Também conhecida como derrame, trombose ou isquemia cerebral.
Para minimizar os riscos do AVC é preciso conhecer as alternativas de prevenção, saber identificar os sinais de alerta e os caminhos para a reabilitação.
Conheça mais sobre o assunto.
O que é AVC3
AVC é a abreviatura de Acidente Vascular Cerebral, acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a morte da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.
Qual a diferença entre AVC isquêmico e AVC hemorrágico?
O tipo de lesão ocorrido na artéria define a tipologia do AVC. Desta forma, AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos. Ele ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo, sendo o AVC. AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.
AVC isquêmico: Formação de coágulo dentro da veia, bloqueando o fluxo sanguíneo.
AVC hemorrágico: Rompimento da veia, gerando sangramento dentro ou ao redor do cérebro.
Sinal de alerta!
Identificando os sintomas 3
Os principais sinais de alerta do AVC são início súbito dos sintomas, fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental, alteração da visão (em um ou ambos os olhos), alteração da fala (não conseguir falar ou fala enrolada) e compreensão; dificuldade em movimentar parte do corpo e assimetria da face (sorriso torto).
Outros sintomas como dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente; desequilíbrio e tontura também podem ocorrer, inclusive semanas antes do AVC de fato ser identificado. Contudo, o mais comum é que os sintomas apareçam de forma súbita e sem explicação aparente.
Fique de olho:
- Início súbito dos sintomas
- Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna,
especialmente em um lado do corpo - Confusão mental
- Alteração da visão
- Dificuldade para falar e/ou compreender
- Dificuldade em movimentar parte do corpo
- Assimetria da face (sorriso torto)
- Dor de cabeça intensa e súbita
- Tontura e alterações de equilíbrio
O que fazer quando você ou alguém estiver tendo um AVC?3
Procure um posto serviço médico o mais rápido possível ou ligue para o SAMU (192). Quanto antes o paciente tiver um tratamento adequado, melhor será sua recuperação.
O SAMU (192) tem uma preparação específica para este tipo de caso e encaminhará para um hospital capacitado, o que otimiza bastante o serviço, evitando perda de tempo no atendimento.
Como evitar um novo AVC
Após um AVC, a maioria dos pacientes concentram seus esforços na recuperação, no entanto, a prevenção de um novo AVC também deve ser prioridade.
Dados anuais apontam que 5 a 14% dos pacientes que tiveram AVC desenvolverão um segundo episódio dentro de um ano.
E esta probabilidade aumenta com o passar dos anos: 5 anos após o primeiro episódio de AVC, as mulheres têm 24% de possibilidade de terem um novo ataque, enquanto os homens têm 42% de chance de ter AVC novamente.
Por isto, a prevenção é crucial para uma boa saúde, qualidade de vida e principalmente, longevidade.
Portanto, para aumentar as chances de evitar um novo episódio de AVC:
- Faça o acompanhamento de doenças cardíacas
- Controle o colesterol, diabetes, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool
- Siga adequadamente as recomendações médicas
Onde fica a prevenção?
Entenda os fatores de risco.3
Para prevenir o AVC é fundamental buscar um estilo de vida saudável, bons hábitos alimentares e a realização de atividade física diariamente. Recomendações básicas para a saúde no geral:
- Não fumar
- Não consumir álcool
- Não fazer uso de drogas ilícitas
- Manter alimentação saudável
- Manter o peso ideal
- Beber bastante água
- Praticar atividades físicas regularmente
- Manter a pressão sob controle
- Manter a glicemia sob controle
Todos esses fatores podem ser modificados ou/e amenizados. Desta forma, se você quer se prevenir de um AVC, cuide da saúde pensando netas recomendações.
Buscando a retomada da independência
Como lidar com a reabilitação pós-AVC.4
Lidar com a reabilitação não é fácil, tanto para quem teve AVC como para familiares e cuidadores, visto que muitas vezes as sequelas podem ser incapacitantes.
As limitações físicas podem atrapalhar a desenvoltura nas tarefas do dia a dia, por isto a ajuda de outras pessoas ou/e adaptações na casa são fundamentais para o incentivo da autonomia do paciente.
Desta forma, alguns pontos interessantes para uma melhor reabilitação são:
- Adaptações na casa
- Aparelhos que auxiliem os movimentos quando necessário, como órteses, cadeira de rodas e cama especial
- Cuidar da saúde mental, tanto do paciente como dos familiares
- Acompanhamento com equipe médica, fisioterapia e terapia ocupacional
- Tratamentos sob orientação médica
Atente-se ao tempo de recuperação4
A recuperação de um AVC é algo muito particular que varia de pessoa para pessoa, dependendo do grau da lesão e de outros fatores associados como os hábitos de saúde que essa pessoa tinha antes do derrame.
A maior parte da recuperação acontece nas primeiras semanas após o AVC, mas esse processo pode se estender por um longo período. Faça o acompanhamento médico adequadamente.
Seja bem-vindo ao seu canal de informação @caminhosposavc. Nos acompanhe nas redes. Estamos juntos nesta jornada.
Referências bibliográficas:
1.Global health estimates 2016: Deaths by cause, age, sex, by country and by region, 2000-2016. Geneva, World Health Organisation; 2018.
2.Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Acidente Vascular Cerebral, Ministério da Saúde, 2013.
3.Ministério da Saúde. AVC: o que é, causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/avc-o-que-e-causas-sintomas-tratamentos-diagnostico-e-prevencao. Acessado em: outubro de 2021.
4.Ministério da Saúde. Diretrizes de Atenção à Reabilitação do Acidente Vascular Cerebral. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_vascular_cerebral.pdf. Acessado em: outubro de 2021.
