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O acidente vascular cerebral (AVC) representa uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo. De acordo com a World Stroke Organization, uma em cada seis pessoas terá um AVC ao longo da vida. O impacto do AVC vai além das sequelas físicas, atingindo também a saúde mental, emocional e social do indivíduo. 4
Diante disso, torna-se fundamental adotar estratégias de reabilitação amplas e integradas. A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência defende a necessidade de garantir autonomia plena às pessoas com deficiência, incluindo apoio físico, mental, social e profissional. O processo de reabilitação, portanto, precisa considerar todas essas dimensões da vida. A abordagem multidisciplinar surge como pilar central para promover esse cuidado integral e favorecer a reintegração do paciente à sociedade.1
O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico. O tipo isquêmico ocorre quando há obstrução de um vaso sanguíneo, impedindo o fluxo de sangue para o cérebro. Já o hemorrágico resulta da ruptura de um vaso, provocando sangramento e danos diretos ao tecido cerebral. 3
As consequências do AVC variam de acordo com a área atingida e a gravidade do evento. Podem incluir paralisia, dificuldades na fala, perda de memória, alterações no comportamento e limitações cognitivas. Os dados mais recentes mostram desigualdades significativas no impacto da doença no Brasil. Entre 2015 e 2020, a região Sudeste concentrou o maior número de internações por AVC. No entanto, o Nordeste apresentou índices de mortalidade mais elevados. Além disso, pessoas negras registraram taxas de mortalidade maiores do que as pessoas brancas. Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas que promovam igualdade no acesso ao cuidado e à reabilitação. 3
Iniciar a reabilitação nas primeiras horas após o AVC pode fazer toda a diferença na recuperação. Conforme dados do Ministério da Saúde, a reabilitação precoce reduz sequelas, previne incapacidades e aumenta as chances de o paciente retomar suas atividades cotidianas com autonomia. O cuidado começa ainda na fase aguda, com foco nas limitações motoras, cognitivas, de linguagem e de humor. 1,2
Para isso, é essencial envolver uma equipe multiprofissional. A recomendação é que as avaliações comecem entre 24 e 48 horas após o evento, com estratégias alinhadas entre todos os profissionais envolvidos. Reuniões periódicas entre a equipe permitem uma abordagem personalizada, favorecendo orientações objetivas também à família, o que melhora a adesão ao tratamento. 1,2
Além disso, estudos indicam que pacientes com AVC leve podem sofrer prejuízos ignorados por profissionais que atuam isoladamente. A atuação coordenada evita esses erros, oferecendo um cuidado mais completo e eficaz. 1,2
A recuperação pós-AVC exige uma equipe variada de especialistas. Cada profissional contribui de forma única para restaurar as funções e promover qualidade de vida:
A colaboração entre esses profissionais garante um atendimento amplo, que considera todos os aspectos da vida do paciente. 3
Quando diferentes especialidades trabalham juntas, os resultados são mais consistentes e duradouros. A integração entre as áreas acelera a recuperação motora, melhora a cognição e fortalece o bem-estar emocional. 3
A neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se reorganizar após lesões, orienta as terapias mais eficazes. Intervenções como a terapia do espelho, estimulação elétrica e treino de marcha ajudam o paciente a recuperar equilíbrio e coordenação. Isso favorece a retomada da autonomia funcional. 3
Além disso, recursos tecnológicos como robôs terapêuticos, realidade virtual e biofeedback aumentam o engajamento nas sessões. Essas ferramentas são especialmente úteis em casos de limitações motoras graves, pois ampliam a resposta ao tratamento e mantêm a motivação dos pacientes. 3
Apesar dos avanços, muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades para acessar serviços de reabilitação. Entre os desafios estão:
Políticas públicas que ampliem o acesso e fortaleçam o sistema de saúde são essenciais para superar essas barreiras e garantir a reabilitação adequada a todos.3
A neuroplasticidade é o princípio que permite ao cérebro se reorganizar após uma lesão. Essa característica está na base das terapias modernas de reabilitação pós-AVC. Métodos como a terapia do espelho, a estimulação elétrica funcional e o treino de marcha ativam áreas do cérebro ainda viáveis, promovendo novas conexões neurais. 3
A tecnologia também desempenha papel central nesse processo. Dispositivos robóticos e ambientes de realidade virtual têm aumentado a eficácia das intervenções. Eles permitem maior repetição dos movimentos, oferecem feedback em tempo real e tornam os treinos mais motivadores, principalmente para pacientes com grandes limitações físicas. 3
O envolvimento da família é decisivo na recuperação do paciente. Estudos apontam que pacientes com apoio familiar engajado demonstram maior adesão ao tratamento e melhores resultados funcionais. O suporte emocional ajuda na motivação diária e no enfrentamento das dificuldades. Quando a equipe multiprofissional orienta a família de forma clara e uniforme, os efeitos positivos se multiplicam. 3
A reabilitação pós-AVC precisa ir além da melhora física. Ela deve promover autonomia, reintegração social e bem-estar emocional. Para isso, a abordagem multidisciplinar é o caminho mais eficaz. Quando o cuidado é integrado, coordenado e acessível, o paciente tem mais chances de recuperar sua independência e voltar a participar plenamente da vida. Investir em equipes completas e em políticas públicas robustas é investir em qualidade de vida.3
1- Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral. 2013. Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-pessoa-com-deficiencia/publicacoes/diretrizes-de-atencao-a-reabilitacao-da-pessoa-com-acidente-vascular-cerebral.pdf. Acesso em Jul. 2025.
2- Academia Brasileira de Neurologia. Diretrizes da Academia Brasileira de Neurologia para reabilitação do acidente vascular cerebral: parte I. 2022. Link: https://www.scielo.br/j/anp/a/b9Ngcfck3z8fgpmP75pq6Wr/. Acesso em Jul. 2025.
3- Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. Abordagem multidisciplinar na reabilitação de pacientes pós-AVC: estratégias integradas para a recuperação funcional, cognitiva e emocional. 2025. Link: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/download/5072/5099/11208. Acesso em Jul. 2025.
4- World Stroke Organization. World Stroke Organization – Leading global action on stroke. 2025. Link: https://www.world-stroke.org/. Acesso em Jul. 2025.
Ago/25 | ALLSC-BR-000634
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