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Como envolver a família na recuperação pós-AVC

Quando uma pessoa sofre um AVC (acidente vascular cerebral), sua vida muda completamente. Mas não é só ela que sente essa mudança; toda a família passa a viver uma nova realidade. A recuperação após um AVC não depende só de médicos e remédios. Ela também precisa do apoio de quem está mais próximo: os familiares. 2

Essa recuperação é um processo que exige tempo, paciência e, acima de tudo, cuidado. Envolve tanto o corpo quanto as emoções e o dia a dia. O apoio da família pode fazer uma grande diferença. Ele ajuda a pessoa a se sentir segura, amada e com forças para continuar lutando pela própria saúde. 1

Segundo o Ministério da Saúde, entender bem o que é o AVC e saber como cuidar são questões fundamentais. A família pode ajudar muito ao oferecer apoio emocional e encorajar a pessoa a seguir em frente. Já um estudo publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva explica que o AVC afeta toda a rotina da casa. Os familiares, muitas vezes sem treinamento, assumem tarefas difíceis. Por outro lado, uma pesquisa na ScienceDirect mostrou que, quando os familiares participam ativamente da reabilitação, o paciente se recupera melhor. 1, 2, 4 mostrou que, quando os familiares participam ativamente da reabilitação, o paciente se recupera melhor. 1, 2, 4

O que é a recuperação pós-AVC? 1

A recuperação depois de um AVC é o caminho que a pessoa percorre para tentar voltar à sua vida, dentro do possível. Cada caso é único. Algumas pessoas perdem movimentos, outras têm dificuldade para falar, lembrar de coisas simples ou até reconhecer onde estão. 1

Segundo o Ministério da Saúde, quanto mais cedo a reabilitação começar, melhor. Isso significa iniciar logo os exercícios e tratamentos que ajudam o corpo e a mente a se recuperarem. Isso pode incluir fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e apoio psicológico. 1

Além das dificuldades físicas, como andar ou se alimentar, há também as questões mentais. A pessoa pode ter problemas de memória, atenção, fala ou raciocínio. Tudo isso interfere nas tarefas do dia a dia e pode fazer com que ela dependa mais dos outros. Por tudo isso, o envolvimento da família é tão importante. 1

O impacto do AVC na dinâmica familiar 1, 2, 3

Quando alguém sofre um AVC, a vida da família muda do dia para a noite. De repente, uma mãe, pai ou avô que era independente passa a precisar de ajuda para tudo. É comum que uma pessoa filha, neta ou cônjuge assuma o papel de cuidador, papel que normalmente é relegado às mulheres, devido ao machismo estruturado em nossa sociedade, como discutido no post “Os homens precisam assumir seu papel no cuidado do AVC”, já publicado no blog de Caminhos Pós-AVC. E quase sempre isso acontece sem que essa pessoa esteja preparada. 2

Família e AVC

O Ministério da Saúde chama essa pessoa de “cuidador informal”. Ou seja, alguém que não tem formação profissional, mas cuida do paciente por amor e necessidade. Esse papel pode ser muito cansativo. Às vezes, surgem conflitos, pois nem sempre o cuidador sabe o que fazer. 1

A Ciência & Saúde Coletiva explica que esse cuidador passa a viver uma rotina pesada. Ele pode sentir medo de errar, insegurança, culpa por não fazer mais ou tristeza por ver o ente querido debilitado. Já a Revista da Escola de Enfermagem da USP mostra que muitos cuidadores largam o trabalho, deixam os estudos ou abrem mão da vida social para cuidar do familiar. Isso gera cansaço, solidão e até problemas de saúde para o próprio cuidador. 2, 3

A importância da autonomia compartilhada 2

Mesmo com limitações, quem sofreu um AVC ainda tem desejos, vontades e capacidade de tomar decisões. É aí que entra a chamada “autonomia compartilhada”, tão importante no processo de recuperação. 2

Esse conceito, explicado na Ciência & Saúde Coletiva, significa que todos — paciente, familiares e profissionais de saúde — devem conversar e decidir juntos os caminhos do tratamento. É um esforço conjunto, que respeita a opinião de quem está sendo cuidado. 2

É importante que o familiar não tome todas as decisões sozinho. O ideal é incentivar o paciente a fazer pequenas tarefas, participar das conversas e se sentir útil. Isso aumenta a autoestima, dá mais confiança e ajuda no processo de reabilitação. 2

Comunicação e escuta ativa: fundamentos da convivência 2, 3

Falar e ouvir com respeito é um dos pilares do cuidado. Quando o paciente sente que é ouvido, ele se sente valorizado. Isso faz muita diferença na recuperação. 2

A Ciência & Saúde Coletiva destaca que o tom de voz calmo, a paciência e uma fala simples ajudam muito no dia a dia. A comunicação precisa se adaptar às dificuldades do paciente — seja na fala, na audição ou na compreensão. 2

A Revista da Escola de Enfermagem da USP explica que a escuta ativa — aquela em que se ouve com atenção e sem julgamentos — permite que o paciente expresse seus medos, tristezas e até suas alegrias. Essa troca fortalece o vínculo com o cuidador e melhora o ambiente em casa. 3

Capacitação dos familiares para o cuidado 1, 3

Família e AVC

Aprender como cuidar de alguém que teve AVC é fundamental. Isso evita erros, alivia tensões e melhora a qualidade do cuidado. E quem ensina isso é a equipe de saúde. 1

  • O Ministério da Saúde recomenda que, ao sair do hospital, o paciente receba um relatório com orientações e contatos para continuar a reabilitação em casa. 1
    • O mesmo documento mostra que usar equipamentos de apoio e tecnologias assistivas pode ajudar muito no dia a dia da pessoa. 1

A Revista da Escola de Enfermagem da USP explica que o cuidador precisa aprender a administrar remédios, evitar feridas, cuidar da alimentação e ajudar na higiene e mobilidade. 3

Quando o cuidador está preparado, ele se sente mais seguro. E isso reflete diretamente na recuperação do paciente. 3

O papel das equipes de saúde no suporte à família 1

Os profissionais de saúde não cuidam apenas do paciente. Eles também precisam orientar, acolher e acompanhar a família durante todo o processo. 1

O Ministério da Saúde destaca que o ideal é que a equipe que atende o paciente se reúna periodicamente para discutir os casos. Assim, todos os profissionais envolvem a família, explicam o que está acontecendo e combinam o que deve ser feito em casa. 1

Esse apoio não é só técnico. Ele também ajuda os familiares a entenderem melhor a situação e a se sentirem mais confiantes. Essa segurança favorece a recuperação. 1

Programas estruturados com foco familiar: evidências e resultados 4

Quando a família participa de forma organizada do tratamento, os resultados melhoram — tanto para o paciente quanto para quem cuida. 4

  • A pesquisa publicada na ScienceDirect mostrou que pacientes que fizeram parte de um programa familiar apresentaram melhores resultados motores, maior independência e qualidade de vida. 4
    • Os cuidadores que participaram desses programas também se sentiram menos estressados e mais preparados para cuidar. 4
    • O estudo conclui que envolver a família desde o início, com apoio e orientação, traz resultados positivos para todos os envolvidos. 4

Cuidados com quem cuida: prevenindo a sobrecarga 2, 3

Cuidar de alguém exige muito. Mas ninguém consegue cuidar bem se não estiver bem consigo mesmo. Por isso, o cuidador também precisa de cuidado. 2

A Ciência & Saúde Coletiva afirma que é importante que o cuidador tenha momentos para descansar, conte com o apoio de outras pessoas e, se possível, faça acompanhamento psicológico. 2

A Revista da Escola de Enfermagem da USP lembra que muitos cuidadores adoecem por esquecerem de si mesmos. Participar de grupos de apoio e reservar um tempo para si são formas de continuar cuidando com qualidade. 3

Conclusão 1, 2, 4

A recuperação pós-AVC não é um caminho fácil, mas se torna mais leve quando a família está envolvida. O apoio afetuoso e a parceria com os profissionais de saúde aumentam as chances de o paciente se recuperar e voltar a viver com mais autonomia. 2

A Ciência & Saúde Coletiva mostra que a presença ativa da família fortalece os vínculos e motiva o paciente. Já o estudo da ScienceDirect prova que os resultados clínicos e emocionais são melhores quando os familiares participam do cuidado desde o início. 2, 4

Buscar informação, escutar com empatia e criar um ambiente seguro são atitudes que transformam o cuidado em um gesto de amor. 1, 4


Referências:

1- Ministério da Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral. 2013. Link: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-pessoa-com-deficiencia/publicacoes/diretrizes-de-atencao-a-reabilitacao-da-pessoa-com-acidente-vascular-cerebral.pdf/view. Acesso em Mai. 2025.

2- Ciência & Saúde Coletiva. Interação cuidador familiar-pessoa com AVC: autonomia compartilhada. 2005. Link: https://www.scielo.br/j/csc/a/6WXdDrMBGqMY8Mth34kXjyK/. Acesso em Mai. 2025.

3- Revista da Escola de Enfermagem da USP. Cuidar de pessoa incapacitada por acidente vascular cerebral no domicílio: o fazer do cuidador familiar. 2005. Link: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/znJ3SRG4LzQwq9HKv4z6yDb/. Acesso em Mai. 2025.

4- ScienceDirect. [Título do artigo não especificado]. [Ano de publicação não especificado]. Link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S235201322300114X. Acesso em Mai. 2025.


Jul/25 | ALLSC-BR-000576

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