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A espasticidade é uma condição neurológica que atinge muitas pessoas que sofreram AVC, deixando os membros rígidos, endurecidos e com movimentos muito limitados. Para tratar o problema, a reabilitação funcional é uma abordagem terapêutica que busca restaurar a independência e a qualidade de vida de pessoas com disfunções neurológicas por meio de intervenções personalizadas e orientadas por objetivos, de acordo com o artigo publicado na ScienceDirect 10.
Essa prática se baseia em uma compreensão abrangente das limitações motoras e cognitivas do paciente, utilizando uma combinação de estratégias físicas, tecnológicas e comportamentais para melhorar a funcionalidade no dia a dia. A reabilitação funcional ultrapassa simples restauração de movimentos, propondo uma reorganização prática das capacidades do indivíduo em relação às demandas reais da vida cotidiana 10.
Neste texto, você vai entender por que, para pessoas com espasticidade — condição frequentemente associada a doenças como AVC, paralisia cerebral ou lesões medulares — a reabilitação funcional desempenha um papel essencial 10.
Antes de nos aprofundarmos na reabilitação funcional, vale entendermos como a espasticidade altera profundamente a qualidade de vida de quem convive com ela. Segundo dados da Universidade Federal de Juiz de Fora, ela torna os membros duros e com movimentos limitados. Isso atrapalha ações simples do cotidiano, como caminhar, segurar objetos, se ajeitar na cama ou se manter sentado corretamente. Pode ainda causar dor, espasmos involuntários e desgaste nas articulações, o que intensifica o desconforto físico e emocional 5.
De acordo com a Revista Brasileira de Fisioterapia, a espasticidade também traz consequências mais amplas. Ela pode vir acompanhada de fraqueza, alterações posturais e perda de equilíbrio. Soma-se a isso a presença de déficits cognitivos e sensoriais. O resultado é a dependência constante de cuidadores, com grande impacto na autonomia dos pacientes 3.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, a espasticidade acontece por conta de danos nos neurônios motores superiores ou nas suas conexões. Esse problema gera uma ativação involuntária e persistente dos músculos, provocando rigidez e espasmos 2.
Além dos pacientes de AVC, a condição é bastante comum em quem tem esclerose múltipla (EM), afetando até 75% das pessoas com mais de 15 anos de evolução da doença. 2
No caso da paralisia cerebral, a forma espástica representa a maioria dos casos. Aproximadamente 80% das crianças com esse diagnóstico enfrentam rigidez muscular que compromete o movimento. As dificuldades se expressam em quadros como hemiplegia, diplegia e quadriplegia 2.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece alternativas farmacológicas e não farmacológicas para tratar a espasticidade. Conforme a fonte da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná já citada, os tratamentos incluem fisioterapia e alongamentos, bem como medicamentos, muitos deles disponíveis gratuitamente na rede pública 2.
O uso de alguns medicamentos facilita a mobilidade e ajuda na higiene, no vestir e no uso de órteses. Também reduzem a dor e melhoram a experiência da fisioterapia, o que, segundo a Universidade Federal de Juiz de Fora, alivia a sobrecarga do cuidador e permite mais independência aos pacientes 5.
A fisioterapia atua no treino motor e no alongamento. O objetivo é melhorar a função do corpo e dar mais liberdade ao paciente no dia a dia 5.
A Revista Unipacto detalha que o foco da fisioterapia é:
Novas abordagens terapêuticas surgem como alternativas promissoras para o controle da espasticidade. A Revista Unipacto aponta que a terapia vibratória focal (FVT) reduz a rigidez muscular de forma eficaz, especialmente se associada a outras técnicas, como a reabilitação robótica 1.
A estimulação proprioceptiva com o dispositivo Vibramoov também mostrou bons resultados. Essa abordagem pode ser usada até mesmo em UTI, ajudando a relaxar a musculatura e diminuindo a espasticidade, ainda que de forma transitória 1.
O uso da crioneurólise também se destacou por gerar efeitos imediatos e duradouros, entre um e doze meses. Trata-se de um método seguro e eficaz no controle da espasticidade 1.
A intervenção precoce é uma das estratégias mais importantes para lidar com a espasticidade. O quanto antes o paciente iniciar a reabilitação, melhor será o desenvolvimento e a qualidade de vida 1.
A reeducação do movimento também é central. Esse processo visa restaurar padrões funcionais e prevenir futuras lesões. A ideia é garantir que o corpo volte a se movimentar de forma equilibrada, favorecendo a independência do paciente 1.
A personalização dos protocolos faz diferença: quando os cuidados são adaptados à idade e à condição do paciente, por exemplo, crianças, os resultados são mais eficazes. Isso permite minimizar as limitações e ampliar as possibilidades de participação social 1.
O sucesso das terapias também depende do envolvimento das famílias. A Revista Unipacto afirma que orientar e apoiar os cuidadores melhora a adesão aos tratamentos e garante que os cuidados sejam realizados corretamente no dia a dia 1.
Outro ponto importante é o estímulo ao desenvolvimento social e emocional. Quando as intervenções são bem aplicadas, as crianças ganham mais espaço na escola, em casa e na comunidade. Isso fortalece sua inclusão e autonomia 1.
Referências
1- Revista Unipacto. Estimulação Precoce para Minimizar Sequelas de Paralisia Cerebral em Crianças. 2024. Link: https://revista.unipacto.com.br/index.php/rsv/article/download/2981/3158/10604. Acesso em Abr. 2025.
2- Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Resolução SESA nº 1180/2024. 2024. Link: https://www.documentador.pr.gov.br/documentador/pub.do?action=d&uuid=@gtf-escriba-sesa@d7d4b713-5438-4914-83e5-c91aa3e8f4d2. Acesso em Abr. 2025.
3- Revista Brasileira de Fisioterapia. A Terapia do Espelho (TE) como Intervenção na Reabilitação de Membros Superiores em Pacientes com Hemiparesia Pós-Acidente Vascular Cerebral: Revisão Sistemática da Literatura. 2024. Link: https://revistaft.com.br/a-terapia-do-espelho-te-como-intervencao-na-reabilitacao-de-membros-superiores-em-pacientes-com-hemiparesia-pos-acidente-vascular-cerebral-revisao-sistematica-da-literatura/. Acesso em Abr. 2025.ISSN 1678-0817 Qualis B2
4- Brazilian Journal of Health Review. O Tratamento com Toxina Botulínica Tipo A e seus Efeitos na Assimetria Facial Relacionadas ao Acidente Vascular Cerebral. 2024. Link: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/download/74728/52082/184537. Acesso em Abr. 2025.
5- Universidade Federal de Juiz de Fora. HU oferece tratamento com toxina botulínica para pacientes com distúrbios neurológicos. 2025. Link: https://www2.ufjf.br/noticias/2025/02/13/hu-oferece-tratamento-com-toxina-botulinica-para-pacientes-com-disturbios-neurologicos/. Acesso em Abr. 2025.
6- European Journal of Translational Myology. Stretching Exercises in Managing Spasticity: Effectiveness, Risks, and Adjunct Therapies. 2024. Link: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11264228/. Acesso em Abr. 2025.
7- Brain Sciences. Focal Vibration Therapy for Motor Deficits and Spasticity Management in Post-Stroke Rehabilitation. 2024. Link: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11591602/. Acesso em Abr. 2025.
8- Frontiers in Rehabilitation Sciences. Early Functional Proprioceptive Stimulation in High Spinal Cord Injury: A Pilot Study. 2025. Link: https://www.frontiersin.org/journals/rehabilitation-sciences/articles/10.3389/fresc.2025.1490904/full. Acesso em Abr. 2025.Frontiers
9- ScienceDirect. Percutaneous Cryoneurolysis as a Dynamic Treatment for Neuropathic Pain and Spasticity. 2025. Link: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2590109525000011. Acesso em Abr. 2025.
10- ScienceDirect. Neurological rehabilitation. 2023. Link: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1357303923001342. Acesso em Abr. 2025.
Mai/25 | ALLSC-BR-000574
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